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reconstrução mamária imediata

Reconstrução Mamária imediata

Da mastectomia a reconstrução imediata de mama

A jornada contra o câncer de mama é uma batalha árdua e corajosa. Uma das etapas dessa jornada pode ser a mastectomia, um procedimento cirúrgico que remove uma ou ambas as mamas para tratar ou prevenir o câncer de mama. Embora seja uma medida necessária, a mastectomia pode trazer consigo uma série de desafios emocionais e físicos. Uma opção que muitas mulheres consideram para ajudar a superar esses desafios é a reconstrução mamária. Neste artigo você encontrará muita informação de qualidade sobre a cirurgia de reconstrução de mama onde exploraremos um mundo de transformações e autoconfiança por meio da cirurgia plástica reparadora. Boa leitura!

O que é a mastectomia?

A palavra mastectomia origina-se da palavra grega “mastos” que significa mama. Portanto, mastectomia é o nome técnico dado para a cirurgia de retirada da mama, que pode ser realizada como uma medida de tratamento ou preventiva para o câncer de mama. Em 1894, William Hasteld descreveu a técnica de mastectomia radical que consistia na retirada de toda a pele, complexo aréolo-mamilar, glândula mamária, músculos peitorais e linfonodos axilares, pois ele acreditava que quanto maior fosse a cirurgia maior seria a chance de cura das pacientes, por isso essa cirurgia permaneceu sendo o padrão ouro para o tratamento do câncer de mama por muito tempo.

No entanto, com o passar dos anos e diversos estudos sobre o tema, observou-se que a taxa de sobrevida e de tempo livre da doença era o mesmo com cirurgias menores e menos radicais a depender de cada caso. Existem vários tipos de mastectomia, as quais detalharemos a seguir:

Mastectomia simples: remoção de toda a mama incluindo mamilo, aréola e pele e em alguns casos alguns linfonodos axilares.

Mastectomia poupadora de pele: remoção de tecidos mamários, mamilo e aréola com exceção da pele da mama que é preservada.

Mastectomia poupadora de mamilo: são removidos os tecidos mamários com exceção da pele, mamilo e aréola que ficam preservados.

Mastectomia radical modificada: remoção de toda a mama incluindo mamilo, aréola, pele e dos linfonodos axilares.

Mastectomia radical: são removidos mama, linfonodos axilares e músculos peitorais (cirurgia mais rara nos dias de hoje).

A decisão de realizar uma mastectomia é influenciada por vários fatores, incluindo o estágio e o tipo de câncer, a saúde geral do paciente, a orientação do mastologista e a preferência pessoal. Embora seja uma decisão difícil, muitas vezes é a melhor opção para garantir a saúde e a segurança do paciente a longo prazo.

Para minimizar os efeitos estéticos e psicológicos que a mastectomia pode causar na paciente, felizmente hoje temos o recurso da reconstrução mamária, tratamento que na maioria das vezes é realizado em mais do que uma etapa cirúrgica para atingirmos o melhor resultado possível. Uma das maneiras de classificarmos a reconstrução mamária é em relação ao tempo em que ela é realizada. Quando ela acontece no mesmo tempo cirúrgico da mastectomia chamamos de reconstrução mamária imediata, quando ela é realizada em outro procedimento cirúrgico, posterior a mastectomia, chamamos de reconstrução mamária tardia. Vamos neste momento entender um pouco mais sobre a reconstrução imediata das mamas.

O que é a reconstrução mamária imediata?

A reconstrução mamária imediata é um procedimento cirúrgico que ocorre no mesmo tempo da cirurgia do câncer de mama e tem como objetivo inicial recompor o volume retirado das mamas, minimizado assim os danos estéticos e psicológicos que o tratamento cirúrgico da neoplasia mamária pode causar. Dessa maneira, para aquelas pacientes em que é possível realizar esse tipo de reconstrução, a cirurgia inicial do tratamento do câncer de mama tem a participação de duas equipes cirúrgicas distintas:

1) Equipe da Mastologia que fará o tratamento cirúrgico da neoplasia de mama (mastectomia, quadrantectomia, setorectomia)

2) Equipe da Cirurgia Plástica que realizará a primeira etapa da reconstrução de mama (tipos de reconstrução serão discutidas a seguir).

 Assim sendo, a reconstrução mamária imediata é a etapa inicial de todo o processo da reconstrução de mama e, na grande maioria das vezes, outras etapas cirúrgicas serão realizadas nos meses subsequentes, para finalizar todo o processo e atingir o melhor resultado possível. Embora hoje seja a reconstrução de escolha na grande maioria dos casos, nem todas as pacientes são candidatas a realizar a reconstrução imediata das mamas por diversos motivos. Para essas pacientes existe a opção da reconstrução tardia das mamas, que será discutida em um outro texto.

Tipos de Reconstrução Mamária

 Existem várias técnicas de reconstrução mamária disponíveis, cada uma com suas próprias vantagens, desvantagens e indicações.

Aqui estão os tipos mais comuns:

Reconstrução com implantes mamários ou expansores mamários: reconstrução mamária que envolve a utilização de implantes ou expansores de silicone. O implante mamário de silicone normalmente é utilizado nas reconstruções das pacientes que realizaram mastectomia poupadora de pele e mamilo (cirurgia também denominada de adenectomia ou adenomastectomia). Já o expansor de mama é utilizado nas reconstruções das pacientes que realizaram a mastectomia simples ou mastecomtia radical modificada, ele é um dispositivo temporário, que auxilia a distender e ganhar a pele que foi removida na cirurgia para posteriormente trocá-lo por um implante mamário de silicone definitivo.

Reconstrução com tecido autólogo: reconstrução que utiliza tecido do próprio corpo da paciente para reconstruir a mama. O tecido transferido para a mama inclui pele, gordura, às vezes músculo e pode ser retirado de várias áreas como o abdome, as costas ou as nádegas. O tipo de reconstrução autóloga padrão-ouro (“gold-standard”) é a realizada com o abdome como área doadora e o tecido pode ser transferido para mama de duas maneiras distintas: retalho pediculado (cirurgia denominada TRAM – Retalho Transverso Miocutâneo do Músculo Reto-Abdominal) ou retalho microcirúrgico (DIEP – transplante de tecido – cirurgia mais avançada, semelhante ao TRAM porém poupa os músculos da parede abdominal diminuindo as chances de formação de hérnias ou abaulamentos no abdome).

Reconstrução combinada: Em alguns casos, uma combinação de tecido autólogo e implantes mamários pode ser usada para reconstruir a mama. Esse tipo de reconstrução pode ser uma boa opção para mulheres que não têm tecido suficiente no abdome para ser a área doadora. A cirurgia combinada mais comum é a transferência dos tecidos da região dorsal associada ao implante mamário (Retalho do Músculo Grande Dorsal com implante mamário).

Microcirurgia na reconstrução mamária

A microcirurgia é uma técnica avançada usada em alguns tipos de reconstrução mamária. Essa técnica utiliza amplificação da imagem, seja através de lupas cirúrgicas ou microscópio e possibilita a anastomose de vasos sanguíneos (artérias e veias) muito pequenos. Isso permite a transferência de tecido de uma parte do corpo para outra sem a perda significativa de função na área doadora.

A reconstrução mamária com técnica microcirúrgica mais utilizada é o retalho DIEP que envolve a transferência de tecido do abdome para a mama, enquanto preserva os músculos abdominais e minimiza os riscos de complicações para a região abdominal como hérnias e abaulamentos.

A microcirurgia pode proporcionar resultados estéticos excelentes, mas é um procedimento complexo que requer um alto nível de habilidade e experiência por parte do cirurgião e sua equipe.

A decisão de fazer uma reconstrução mamária é profundamente pessoal e depende de uma variedade de fatores, incluindo suas preferências pessoais, seu estado de saúde geral e seus objetivos estéticos. O mais importante é que cada mulher se sinta apoiada e informada ao tomar essa decisão. A reconstrução mamária é uma jornada, e cada jornada é única, com o conhecimento e apoio adequados, a paciente conseguirá seguir o melhor caminho.

Qual é o tempo de cirurgia?

O tempo de uma cirurgia de reconstrução mamária pode variar significativamente dependendo de vários fatores como o tipo de reconstrução, a técnica cirúrgica utilizada, se a reconstrução é uni ou bilateral e se a reconstrução é imediata ou tardia.

Em geral, a reconstrução mamária com implantes ou expansores pode levar de uma a duas horas por mama. Já a reconstrução mamária autóloga, que utiliza tecido do próprio corpo da paciente, é um procedimento mais complexo e pode levar de duas a seis horas por mama, dependendo da técnica utilizada.

É importante notar que estes são tempos médios e a duração da cirurgia pode ser mais longa ou mais curta dependendo das circunstâncias individuais de cada paciente. Além disso, o tempo total na sala de cirurgia incluirá também o tempo para a anestesia e a preparação para a cirurgia.

Como fica a mama após a reconstrução?

A aparência da mama após a reconstrução pode variar significativamente dependendo de vários fatores, incluindo o tipo de reconstrução realizada, a técnica cirúrgica utilizada, a anatomia individual da paciente e se uma ou ambas as mamas foram reconstruídas.

Em geral, o objetivo da reconstrução mamária imediata é não deixar a paciente sem as mamas após o tratamento do câncer, sempre tentando criar uma mama de aparência bonita e que tenha uma simetria aceitável com a mama contra-lateral. No entanto, é importante lembrar que a cirurgia de reconstrução é diferente da cirurgia estética da mama, portanto a expectativa de resultado também deve ser diferente.

Na reconstrução com implante, a aparência da mama reconstruída é influenciada pelo tamanho e formato do implante. Normalmente a paciente sente que a mama é mais firme que a mama natural e por tal motivo, sempre que possível a simetrização da mama contra-lateral também é realizada com implante mamário.

Na reconstrução autóloga, onde o tecido do próprio corpo da paciente é usado, a mama reconstruída pode ter uma sensação e caimento mais natural, embora ainda haja uma diferença em comparação com uma mama não operada. Nesse tipo de reconstrução, a simetrização da mama não operada normalmente ocorre com técnicas de mastopexia ou mamoplastia redutora associadas ao enxerto de gordura quando necessário.

É importante discutir as expectativas sobre a aparência e a sensação da mama reconstruída com o cirurgião plástico antes da cirurgia. Embora a reconstrução mamária possa ter um impacto significativo na melhoria da autoestima e da qualidade de vida após a mastectomia, é importante ter expectativas realistas sobre os resultados.

O Processo de Recuperação

A recuperação após a reconstrução mamária varia dependendo do tipo de reconstrução realizada e da saúde geral da paciente. Após a cirurgia, é normal sentir algum desconforto e inchaço, que podem ser controlados com medicação para a dor.

Os drenos cirúrgicos são colocados para ajudar a remover o excesso de fluido que o organismo produz, os pontos são absorvíveis e a cola cirúrgica é utilizada para facilitar no curativo, dar mais liberdade para a paciente e melhorar a qualidade da cicatriz. A maioria das mulheres pode retomar atividades leves dentro de quatro semanas após a cirurgia e atividades mais extenuantes devem ser evitadas por cerca de doze semanas, após esse período qualquer tipo de atividade física é liberada.

É importante seguir todas as instruções de cuidados pós-operatórios fornecidas pelo seu médico, incluindo cuidados com os curativos, tomando os medicamentos prescritos e comparecendo a todas as consultas de acompanhamento.

A cirurgia de reconstrução mamária pode realizada no SUS?

Sim, a cirurgia de reconstrução mamária é realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. De acordo com a Lei Federal 12.802, de 2013, toda mulher que passa por mastectomia tem direito à reconstrução mamária no mesmo procedimento cirúrgico, se não houver contra-indicações médicas. Se a reconstrução imediata não for possível, a paciente tem o direito de realizar a reconstrução em um momento posterior, quando estiver apta do ponto de vista médico.

No entanto, é importante notar que a disponibilidade da cirurgia pode variar dependendo de vários fatores, incluindo a capacidade do hospital, a disponibilidade de cirurgiões plásticos e a demanda pelo procedimento. Além disso, o tipo de reconstrução oferecida pode depender dos recursos disponíveis no hospital.

Portanto, é recomendado que as pacientes discutam suas opções de reconstrução mamária com seus médicos e com a equipe de saúde do SUS para entender completamente suas opções e o que podem esperar do processo.

5 perguntas frequentes sobre Reconstrução mamária imediata.

O tempo da cirurgia varia dependendo do tipo de reconstrução. Em média, pode durar de duas a seis horas.

 

Todas as cirurgias envolvem algum grau de desconforto. No entanto, existem várias opções de manejo da dor disponíveis para minimizar o desconforto após a cirurgia.

O tempo de recuperação varia dependendo do tipo de reconstrução. Geralmente, a maioria das mulheres pode retomar a maioria das atividades normais dentro de 8 a 12 semanas.

Estudos mostram que a reconstrução mamária não interfere na detecção de recorrência do câncer de mama.

Na maioria dos casos, a reconstrução mamária após a mastectomia é coberta pelo seguro. No entanto, é importante verificar com o seu provedor de seguro para obter detalhes específicos.

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